domingo, 8 de agosto de 2010

Caminante

Nos encontros da vida a gente vai conhecendo e se reconhecendo. Hoje não somos mais quem éramos ontem. E amanhã não será diferente. O tempo vai passando e a gente vai vendo o quanto se pode mudar.
Sim, é verdade que ninguém muda ninguém, mas não é verdade que a gente não muda. Nos tornamos mais tolerantes, pacientes. Mas também somos mais exigentes. Passamos a ter um jeitinho mais “nosso”. Unicamente nosso.
A vida vai encontrando seu caminho. Nos tornamos caminantes sin camino – como a poesia espanhola. Nosso caminho está ao andar, diz o poeta. Está nas nossas escolhas em cada passo. No sofrimento e nas alegrias de cada dia.
Vamos vivendo entre encontros e desencontros. Vamos sonhando com destinos certos, rezando com o que há de ser certo, com o que está escrito em algum lugar (estrelas, talvez?). E aí, crescemos, caímos, levantamos e nos tornamos melhores – mesmo que com cicatrizes eternas e até profundas. Seguimos caminhando.
Quando olhamos para trás, a poesia garante que veremos as marcas de algo que nunca mais voltará a acontecer, simplesmente porque você já não é o mesmo. Nada é igual. Pode ser pior, pode ser melhor, mas igual, nunca. Nunca.
Difícil manter a doçura. Mais difícil ainda manter a esperança de que o novo será muito melhor. Mas assim é a vida: ou se vive ou se morre. Enquanto aqui estamos, melhor escolher a forma em que os desencontros e as tristezas não dominem o cenário.
Por mais complicado que seja, o ideal é fazer do seu protagonista um caminante de respeito. Cheio de coragem, amor e fé – porque o caminho pode até ser desconhecido, mas muitos dos personagens de apoio estarão, como sempre, ali para ajudar.

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